
Depois de ter jogado um pouco ao Army of Two (ver post abaixo), ainda tive tempo de experimentar a demo do Alone in the Dark: Inferno descarregada da PSN.
O primeiro Alone in the Dark e o seu tatu – o logo da editora francesa Infogrames – trazem-me boas memórias. Foi um dos primeiros jogos com tecnologia 3D que me lembro de experimentar e era uma grande revolução com planos cinematográficos que, na altura, era coisa rara. Tinha um ambiente muito pesado e definiu um novo género de vídeojogos, o survival horror. Muito bom.
Experimentei a demo do novo jogo com uma sensação que fica entre o entusiasmado revivalista e o apreensivo. As análises da versão do jogo para PC, XBox e PS2 foram bastante fracas e esperava-se que a Eden Games melhorasse muito o jogo na versão para a PS3. Segundo consta, algumas coisas sim, mas não o essencial.
Existem sem dúvida boas ideias no jogo. A forma de combate corpo a corpo com a utilização de objectos para ajudar no malhanço, a combinação de vários objectos que resultam em outros objectos, até mesmo a história, do bocadinho que deu para perceber, parece interessante. Contudo, pouco está feito de forma consistente. Por exemplo, a parte final da demo, a fuga de carro, tem tudo para ser uma cena épica. É frenética, cheia de explosões e destruição, connosco a ziguezaguear por entre carros, pedaços de asfalto que levantam do chão e partes de prédios que caem sobre nós. Mas a forma como foi implementada, à laia da tentativa e erro e com mortes sem intensidade nenhuma, deixaram-me algo desiludido.
Os gráficos são bastante bons com destaque para o fogo que está excelente, o som também, incluindo umas boas interpretações, mas só isso não chega. A jogabilidade é fraca e atabalhoada (ou complicada, ainda não percebi). A vista na primeira ou na terceira pessoa é uma confusão, por exemplo, para apontar um extintor à cabeça de um coitado qualquer temos de estar na terceira pessoa. Usar essa vista com a lanterna em salas escuras é algo de arrancar cabelos em desespero. Enfim, um vasto número de questões que deitam a perder o que poderia ter sido um grande jogo.
Não quero dizer com isto que o Alone in the Dark: Inferno deve ser esquecido, não. Como referi, o jogo tem alguns pontos fortes e acredito que os amantes da saga possam gostar e até esquecer as coisas menos boas. Também é verdade que esta é uma demo e que o jogo vendido pode ter algumas dessas questões resolvidas. Contudo, se a compra deste jogo estiver dependente da opinião que fiquei da demo, a minha decisão final é... hummm, não obrigado.
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